Especulações livres

22 de nov. de 2004

Babbling

Olhou para o céu estrelado e viu o infinito, a escuridão, pontilhada de luzes em padrões misteriosos. Rastros de estrelas cadentes arranhavam a perfeição daquela superfície lisa, negra. Sentia-se querendo flutuar em direção àquela imensidão, mas permanecia ali, grudado ao chão. Sentia a grama levemente molhada de encontro aos seus pés, uma carícia. O canto dos grilos era ensurdecedor, o silêncio maltratava seu aparelho auditivo. Mas não havia um silêncio propriamente e sim uma cacafonia de barulhos, e ele não conseguia distinguir o que eram, de onde vinham. Escuridão à sua frente, a lua era nova. Aos poucos ele desistiu de andar e sentou-se ali mesmo. Começou a se sentir UM com tudo à sua volta, queria sentir-se UM com aquilo tudo, mesmo que os bichos lhe picassem, que as moscas lhe incomodassem, que a grama lhe cortasse a sola dos pés descalços. Tentou engolir o infinito do céu, e aquilo tudo acima lhe dava medo; um medo misturado com encanto, com esperança. Seu ouvido direito captou um alvoroço em algum lugar da escuridão. Algo se mexia, as folhas balançavam, gravetos se rompiam sob o peso de pés (?) desconhecido, patas, mãos talvez. Virou seu pescoço naquela direção e nada viu. E nada escutou. Olhou de novo para o infinito a tempo de ver mais uma estrela caindo nesse nosso planeta, sua trajetória descrita em fogo, uma morte que acendia, mesmo que num breve instante, a tristeza profunda daquilo tudo.

Oi

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