Especulações livres

31 de dez. de 2007

Fechando 2007...?


Nao era pra ser um desses posts de fechamento de ano, mas enfim, que seja isso entao. Hoje, depois de meses a fio sem aparecer por aqui, sem clicar nos links, sem comentar no blog de ninguem, dei uma geral no blog. Postei, visitei meus links, apaguei links inativos, adicionei outros, comentei em blog alheio, etc. Lembro-me como se fosse ontem quando comecei a blogar, por inspiracao de uma paixao... Tanta coisa eu comecei assim. Hoje nao me arrependo mais (ja perdi muito tempo me arrependendo de ter tido paixoes. Hoje acho que sou um privilegiado). Para um blog que comecou como uma colecao de reclamacoes, frustracoes e outras inutilidades, la em 2004, acho que o Komentarista virou algo muito mais. Uma valvula de escape para mim, que canalizo toda minha forca criativa para meu trabalho academico (pra que? Nao sei, por enquanto to levando por que nao tenho outra opcao), deixando de fazer aquilo que eu mais gosto na vida (bem, uma das coisas que mais gosto): escrever por prazer. Um e outro conto nasceram aqui, e correram o mundo em outros lugares. Comecei aqui a me soltar em ensaios, que tambem foram publicados em outros lugares, dando-me certa esperanca de que nem tudo esta perdido, um dia ainda poderei realizaer um sonho de infancia e escrever livros, ser "escritor", ainda que eu nao saiba a definicao desse termo. Apego a definicoes: coisa de academico, talvez. Ontem ouvi que sou muito preocupado em definir tudo... Nao nego nem um pouco, so queria entender melhor o que e isso. Seria um defeito? Mas o "point" desse post, desse texto, era mais para falar do blog em si. Sim, outro daqueles posts meta-linguisticos que eu mesmo detesto, por serem tao repetitivos e previsiveis. Pois e, aqui estou, dando-me a liberdade de chafurdar no obvio e no cliche. Um blog e como uma conversa, eu vim a pensar outro dia. Escreve-se, aparecem comentarios, voce responde, voce le os posts de outras pessoas, e isso inspira outros posts, e assim a gente caminha. Na historia desse blog houve duas grandes conversas, que marcaram otimos anos da minha vida, e para quem tem saco e tempo livre, sugiro que explore os arquivos. Um dia, quando eu tiver 70 anos, quem sabe eu tenha saude mental para voltar a alguns posts passados! Como toda conversa, os temas mudam, os participantes mudam. Talvez a metafora melhor seja a de um boteco. Chegam pessoas, outras se vao, as conversas, sempre "profundas", continuam indeterminadamente. Elas nao dependem de um ou outro participante, mas sao fruto das interacoes daqueles que ali estao no momento (opa, calma com o antropologues!). Na verdade, fiquei pensando nas pessoas que entraram e passaram, tal qual vistas atraves desse blog, uma das janelas que acessa a minha "alma". Algumas eu sinto ter perdido, outras eu nem lembro mais. Mas fico feliz que o blog continua. Nao sei para onde caminha a conversa daqui por diante. Talvez nao haja mais criatividade aqui, talvez nao haja mais sentido. Que venham outras coisas, outros temas, outros assuntos, outros participantes. Ainda que eu esteja aqui a falar sozinho, nao ligo, pois a funcao principal aqui sempre foi a de desabafo... Com todo respeito aos que lerem esse texto claro! Peco perdao novamente aos que ofendi ou ignorei, ou deixei de lado, ou nao entendi. Estou tentando sempre melhorar.

30 de dez. de 2007

Imperio dos Sonhos

Foi com muita expectativa reprimida que finalmente assisti a Inland Empire (que acaba de sair em DVD por aqui). Lynch e dos poucos que me faz ver um filme sem pensar muito (como Woody Allen, Mojica, Almodovar, Cronenberg, pelo menos no meu caso). O filme e longo, 2 horas e meia (ou mais), e no final fiquei com a impressao de ter visto uma grande performance de Laura Dern, e de ter visto um filme inacabado. Nao que eu esperasse um filme compreensivel, afinal de contas sou fa do Lynch desde meus 16 anos (quando vi Eraserhead), e sei muito bem que "nao e por ai". Ha uma certa coerencia, eu diria, tematica e estetica, entre esse filme e os outros, mas ouso dizer que fiquei um tanto decepcionado com esse filme, ainda mais se comparado com Mulholland Drive. Vendo Mulholland varias vezes, consegui perceber um extremo cuidado em amarrar todas as pontas supostamente soltas, em brincar com as metaforas e as transicoes aparentemente aleatorias, para tecer um comentario, uma imagem, sobre questoes de ilusao, fantasia, sonhos. Tudo isso que eu havia amado em Mulholland estava citado em Inland Empire, mas de forma realmente aleatoria e pouco amarrada. Como se o filme estivesse por ser editado, como se o argumento nao se completasse no fim, como ocorre em seus outros filmes. A transicao de um mundo para o outro estava la, como em tantos outros filmes, compondo uma certa simetria que e recorrente, mas me parece que nesse filme ela nao cumpre papel nenhum, a nao ser a de estar la, afinal esse e um "filme de Lynch". Quase como uma formula? Nao quero pensar que um dos meus diretores favoritos, que consegue fazer coisas novas e emocionates com a imagem, tenha caido em algum tipo de formula, entao aguardo seus proximos trabalhos com antecipacao e um pouco de preocupacao... Ainda assim, camaradas fas de Lynch, obviamente vale a pena conferir. E um filme longo, mas cheio de imagens arrebatadoras. E quem sabe a maioria discordara do que eu escrevi aqui.

Laura Dern esta brilhante, e carrega um peso desproporcional. Os coelhos sao uma atracao a parte. Li em algum lugar que eles compoe um filme que Lynch fez para a internet, e que nao estao mais disponiveis. Se alguem souber onde acha-los (sao episodios, como num sitcom surrealista), agradeco!

27 de dez. de 2007

Racismo


Ando sumido daqui e sem muito assunto (ou assuntos demais que nao pertencem ao blog). Deixo uma charge so pra nao deixar a poeira acumular demais...

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