Especulações livres

1 de jul. de 2010

O prazer da dúvida


Uma das coisas que sempre me deu uma sensação de segurança a respeito de quem eu era, ou seja, de que eu era eu mesmo, e não outra coisa, e não uma massa desconexa vagando pelo universo, era um pequeno conjunto de certezas que eu carregava (carrego?) comigo desde muito cedo, desde a infância. Não me pergunte desde quando: não tenho boa memória, e algumas dessas certezas emanaram de mim em tempos imemoriais. Quem sabe afinal o que acontece com a nossa cabeça aos 2, 3 anos de idade? Memórias esparsas... Bom, desde que me entendo por gente, um pouco mais adulto, lá pelos 17, venho perdendo muitas dessas certezas. Algumas eu deixei que caíssem da minha mão, pois me tolhiam. Essas, uma vez que sumiam, davam lugar a outras, mais duras e sólidas ainda. Com o passar dos anos, algumas das minhas certezas mais ferrenhas foram se despedaçando. Isso sempre me surpreendeu: a capacidade de coisas aparentemente muito sólidas de se desmancharem com o tempo. Nesse movimento, uma das poucas coisas que permanecem constantes é a incerteza. Mas tenha calma, amigável leitor: não estou aqui fazendo mais uma crônica da meia idade, na qual conseguimos lidar com a incerteza e deixar a vida fluir. Quisera eu conseguir deixar a vida fluir! E quanta pretensão...! A vida flui, independente da minha vontade. Como uma correnteza. Talvez como uma enchente, que periodicamente destrói aquelas casinhas, praças, ruas e outras coisas que construimos para dar sentido ao nosso mundo. Há uma dor associada com isso, como não é difícil de se imaginar. E talvez a coisa boa disso tudo (olha eu tentando construir mais uma casinha ali, no meio do caos) é a possibilidade de recomeçar, que constantemente se coloca. Nunca tive medo de recomeçar do zero, acho eu, e espero não perder essa coragem, mesmo com o peso do tempo.

24 de jan. de 2010

Já é 2010, e O Komentarista não morreu


Caros (exímios) leitores:
Isso é só um recado: eu não morri! Faz muito tempo que não escrevo, mas por excelentes razões. Minha vida mudou muito ultimamente, questões pendentes a anos estão se resolvendo, muita coisa boa aconteceu em dezembro de 2009 e minha vida caminha para uma fase áurea que eu nem imaginava ser possível. Estou explorando mais minha felicidade e deixando fluir esse potencial; estou começando uma jornada de auto-conhecimento, dessa vez com ajuda; estou experimentando uma paz interior inédita. Enfim, tudo isso, mais o trabalho, deixou-se sem nenhum tempo ou inspiração para escrever. Novos leitores apareceram, infelizmente nessa fase esquisita. Mas o fato de que continuo fazendo amigos aqui é um sinal de que a missão desse blog está longe de terminar. Não sei o que essa fase guarda para o blog, mas certamente haverá coisas a escrever. No momento, estou curtindo um resto de (semi)férias que também me deixa sem inspiração... Talvez a ausência de conflitos esvazie minhas energias criativas? Ou talvez elas estejam todas canalizadas para minha escrita acadêmica. Não interessa: venho só dizer que sim, 2010 será o melhor ano da minha vida, e espero compartilhar isso aqui com vocês de alguma forma!

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