Especulações livres

16 de jul. de 2007

A America doente



Neste sabado passado fui ver Sicko, o filme-performance de Michael Moore. Digo performance por que me parece que Moore, nesse filme, mais brincou com signos da recente cultura americana do que com informacao sobre o sistema de saude propriamente dita. Ainda que o filme seja bastante informativo, citando estatisticas sobre a falencia do sistema privado de saude do pais, penso que Moore e mais valioso como provocador do que qualquer outra coisa. Talvez isso seja algo bastante obvio em sua obra anterior, como seu documentario sobre Flint, sua cidade natal no estado de Michigan, e os efeitos perversos da dependencia da industria automobilistica. Mas isso nao tinha ficado claro para mim ate que vi Fahrenheit 9/11. O filme Sicko abusa de referencias simbolicamente "perigosas" aos americanos, como musicais operarios da antiga Uniao Sovietica, como forma de criticar o medo que a cultura americana ainda tem do que se chama por aqui de medicina socializada. O termo, que em ingles necessariamente evoca o planejamento centralizador do comunismo europeu oriental, descreve simplesmente um sistema estatal de saude publica, algo que no Brasil nao seria visto como outra coisa do que a minima obrigacao do governo. Em termos de performance e simbolismo, o mais interessante a meu ver e como ele cita constantemente o clima de fundamentalismo autoritario de Bush e seu discurso pro-guerra, ao brincar constantemente com os simbolos do neo-patriotismo conservador. Ao levar voluntarios que ajudaram a salvar vitimas do 11 de Setembro em Nova York (o maximo do heroismo), e que ali contrairam graves doencas respiratorias, para serem tratados em Cuba (onde vive o demonio encarnado em Fidel, segundo o proprio filme ironiza), Moore cutuca com tudo o que pode o conflito ideologico que parece apenas escalar no pais. Distantes do medo coletivo causado pelos ataques as torres gemeas, os americanos parecem cada vez menos convencidos de que uma guerra no Iraque e algo justo, ou que as politicas de Bush fazem algum sentido. A popularidade do atual presidente e baixissima, e ate republicanos ilustres cansaram-se da sua politica externa. No cinema em que eu estava, por exemplo, o publico bateu palmas ao fim de Sicko, e tambem no meio do filme quando um ex-membro do Parlamento Britanico disse, ao explicar o valor de um sistema publico de saude: se existe dinheiro para matar pessoas em guerra, ha que se haver dinheiro para salvar vidas tambem. Ainda que a amostra do publico, por ter ido ao filme de Moore (simbolo do que aqui se considera uma esquerda radical), seja pouco representativa da populacao americana media, nao se pode negar que ha uma clara radicalizacao de ambos os lados: conservadores e liberais. O radicalismo de Bush, que constantemente testa os limites da lei a fim de manter suas politicas, utilizando-se de um patriotismo basico ao espirito americano, esta conseguindo levar os liberais, ou a esquerda, a se reconfigurar para competir com um discurso que tenta ao mesmo tempo ser americano e cosmopolita. Nao se pode subestimar os valores americanos de guerra, mas a nocao de que a liberdade de imprensa e o pleno funcionamento da republica ainda conseguem mobilizar a grande parte da populacao.

14 de jul. de 2007

6 de jul. de 2007

Gotta love the 1990s

Ja devo ter postado isso antes, mas hoje deu saudade de novo dos anos 1990... Todo mundo AMA, ADORA os anos 1980... Eu sei que pela minha idade eu deveria ter curtido, mas na verdade comecei a sair e a dancar depois de 1995, eu ja tava mais velhinho, entao as musicas que eu gosto sao dessa epoca... Tipo essas que eu tava ouvindo agora:

Armand Van Helden (gosto de tudo dele basicamente)



The Bomb! (eu pirava com essa musica... ah bons tempos que ir numa "boite" ou "clube" era emocionante!)



Cassius 1999 (sem comentarios, acho a musica e o clipe perfeitos)



E por ai vai...

2 de jul. de 2007

Saindo do Texas?

Enquanto aguardo pra saber se fico por aqui mais um tempo ou nao, montei um filmete com umas imagens que eu tinha sobrando aqui de Houston. Fiz no iMovie em 10 minutos, entao ta ruim mesmo, e so pra mostrar os predios da cidade e tals. Nem ta editado, montei na ordem que estavam na fita. E mais uma expressao da minha ansiedade e impaciencia do que qualquer outra coisa...

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