Especulações livres

26 de jul. de 2008

Auto-retrato, 2008


Não consigo reconhecer a mim mesmo.


Não consigo reconhecer-me no espelho, nas minhas atitudes, nas minhas opiniões, no vivenciar do meu próprio corpo. Isso me faz pensar num auto-retrato: será que, no processo de pintá-lo, um artista queira, de alguma forma, explorar a sua própria personalidade, seus sentimentos, suas percepções de si? Não sei, nunca pintei nada. Mas, ainda que seja perturbador, vivo essa ausência como algo positivo. Deparo-me com alguém que admiro muito mais, de quem gosto muito mais. Alguém que conheço pouco, mas que me intriga. Ainda que esse alguém seja mais estranho e complicado do que a pessoa que conheci há poucos anos atrás.

[imagem: Two Studies for Self Portrait, Francis Bacon, 1977]

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