Especulações livres

26 de jul. de 2008

Auto-retrato, 2008


Não consigo reconhecer a mim mesmo.


Não consigo reconhecer-me no espelho, nas minhas atitudes, nas minhas opiniões, no vivenciar do meu próprio corpo. Isso me faz pensar num auto-retrato: será que, no processo de pintá-lo, um artista queira, de alguma forma, explorar a sua própria personalidade, seus sentimentos, suas percepções de si? Não sei, nunca pintei nada. Mas, ainda que seja perturbador, vivo essa ausência como algo positivo. Deparo-me com alguém que admiro muito mais, de quem gosto muito mais. Alguém que conheço pouco, mas que me intriga. Ainda que esse alguém seja mais estranho e complicado do que a pessoa que conheci há poucos anos atrás.

[imagem: Two Studies for Self Portrait, Francis Bacon, 1977]

Um comentário:

Anônimo disse...

Acredito que estamos sempre nos reiventando, a cada experiencia, fazendo e refazendo o retrato que temos de nós mesmo. Este retrato pode as vezes ficar borrado, e as vezes pode ser surrealista, barroco, expressionista, pop art, painel xicano de Rivera..é assim mesmo, quem abre sua mente para o que está ao redor, se infleuncia e fica inevitavel que no retrato que pintamos todos os dias, os reflexos da realidade, do que sentimos, o que vivemos, o que choramos, fique marcado no traço do pincel, num canto da tela...

Total de visualizações de página