Especulações livres

9 de abr. de 2006

Novo cinema japonês: Clube do suicídio


Outra dica rápida para fãs do "cinema extremo", filmes de terror, freqüentadores das Sessões Comodoro em São Paulo, ou cinéfilos em geral: assistam assim que puderem ao filme japonês Suicide Club (Jisatsu Sakuru, 2002), escrito e dirigido por Sion Sono. Primeiro filme "convencional" do diretor, cuja carreira está mais ligada a filmes ponográficos gays. Um filme incomum em todos os sentidos, filosófico, aterrorizante, inovador e sensível, ainda que um tanto niilista. Um comentário sobre a vida japonesa contemporânea, e uma história de terror sobre um fenômeno que acontece com certa frequencia: suicídios combinados pela internet.
A história do filme gira em torno desses suicídios, e começa com uma cena macabra na qual 54 meninas com idades em torno de 14 anos se jogam na linha do metrô. A forma como as mortes são mostradas é impressionante, sangrenta, perturbadora. Surge um mistério, que envolve um site misterioso, uma banda pop formada por crianças e policiais atônitos em busca de respostas, enquanto o número de vítimas não para de subir.

Muitas questões podem ser levantadas a partir desse filme, como a falta de sentido na vida desses jovens; a "desconexão" de toda uma geração de jovens dos valores de seus pais e avós; a ausência de valores de uma sociedade na qual cohabitam o extremo da tradição e o extremo do consumismo; e a busca por experiências verdadeiras e que façam sentido para elas. Para terminar um post pouco inspirado, só posso dizer que é um filme que merece ser visto, e que com certeza perturbará a sua paz por alguns momentos, no bom sentido, o de trazer à tona reflexões submersas, pensamentos pouco agradáveis ainda que extremamente necessários.

5 comentários:

Anônimo disse...

Estou doido para ver esse filme.

http://cartasintimas.zip.net

Ale Lima disse...

Sério ? mas onde está passando : Fiquei curioso...Fale-me !! Bjs

Anônimo disse...

É de fato, um filme muito intrigante, mas fiquei com a sensação q. ele se perde do meio para o final com excesso de situações metafóricas, mas gosto do execesso da abertura e gosto tb. do clima de tragédia q. se instala próximo ao detetive (o mesmo ator de 'Audition'), e claro, tudo q. vc. apontou sobre a falta de perspectiva, de 'conecção' com a vida e consigo mesmo é o ponto forte do filme.

Marko disse...

Edu, eu precisaria ver de novo, pois não estava muito inspirado quando vi, e foi na TV e não no cinema. Já respondendo a você Ale: nem sei se vai passar no cinema, tive a honra de ver o filme graças a amigos hackers e a uma conexão rápida de internet. Aliás, estou revivendo o tesão do comodoro por vias tortas aqui em Campinas... Ainda bem! Sobre o excesso de metáforas Edu, eu não entendi NADA do vilão-drag-glam... ele era uma metáfora? Um oportunista? Ele simboliza essa superficialidade também? O melhor do filme, acho eu, é a banda pop Dessert... O impacto da sobreposição daquela imagética toda com a questão dos suicídios é a melhor coisa do filme (ainda mais pros meus olhos viciados em tentar ver Godard em tudo).

Anônimo disse...

Pertubador é a melhor definição para este filme, mas ao mesmo tempo ele nos prende a atenção de uma tal maneira que se torna inexplicável. Confesso que eu com 35 anos fiquei muito intrigado com este filme , diferente de tudo o que já havia visto antes.

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