Especulações livres

3 de jul. de 2009

Atualizando


Para os que ainda lêem isso aqui (será que ainda tem alguém?), só postando algo para dizer que estou vivo, o blog vive, pelo menos na minha memória... Ando sem condições emocionais para escrever qualquer coisa que seja aqui. Foi uma fase difícil esse início de 2009: dois empregos, pouca grana, muitas mudanças, muita estrada entre Campinas e SP. Como de costume, muitas gripes, dada a minha instabilidade e minha sensação de insegurança. Infelizmente, por essas e muitas outras, deixei de fazer aquilo que mais gosto, ESCREVER. Parece que agora as coisas começam a melhorar: novo emprego, mais estabilidade, possibilidade de subir um pouco na carreira. Continuo desiludido com muita coisa: solteirice eterna, perene, aparentemente sem solução. Não sei, devo ter quebrado alguma coisa nas minhas viagens pros EUA e de volta pro Brasil, e não sei como nem onde mandar consertar. Quem sabe com a estabilidade, a coisa se regenera sozinha. A situação política do país só me deixa cada vez mais triste. Tudo bem, vejo muita coisa positiva acontecendo, mas meu contato recente com blogs políticos e a realização de que não há mais jornais confiáveis (na TV ou impressos) me tirou um prazer que eu tinha, a de acompanhar o noticiário. Agora, parece mais um jogo de detetive, tentando perceber as entrelinhas das posições políticas de cada veículo, de cada jornalista, buscando algum sentido no festival de nonsense da nossa vida pública. Como falei no post passado, o divertido de uns não é o divertido de outros: pensar em política, pra mim, sempre foi prazeiroso, e ando tendo boas conversas com algumas pessoas, mas é tudo muito desgastante. Ou, quem sabe, minha atual fase fechada, enclausurada em mim mesmo,"em-mim-mesmado", me leva a viver nesse mundo paralelo de intrigas políticas via internet... Acabo de ler no Mondo Paura que a Sessão Comodoro ainda está rolando... Que prazer imenso, e pensar que poderia ter ido, mas perdi...! Agora, de volta a São Paulo (será? espero), quem sabe posso retomar esse e outros prazeres que cultivei na minha última fase paulistana. Nossa, de repente, voltando a escrever aqui, um jorrar de lembranças, de outras fases desse blog. A ida aos EUA foi um grande hiato, uma pausa em tanta coisa, ainda que tenha sido um fast forward na minha vida profissional. Será que valeu o preço? Não sei, ainda estou pagando. Olhando para trás, tendo a pensar que foi exagerado o custo emocional da coisa toda. Porém... foi por causa dessa viagem que estou aqui de novo, com um bom emprego (ainda que temporário) e chances de bons empregos fixos... Difícil medir e calcular essas coisas. Bom, ainda bem que, depois de meses e meses, consegui fazer algo que antes fazia com muito mais desenvoltura: pensar sobre mim mesmo, rever coisas, tentar estabelecer algum diálogo com o universo. Fica aqui meu desejo que este seja um novo começo, de algo muito melhor.

3 comentários:

Mikaellis disse...

É natural que não seja a mesma coisa, que os hábitos mudem, que os lugares mudem, os gostos... Afinal, como ficou clara a palavra "mudança", o país mudou, você mudou e tudo o mais.
Agora sendo menos clichê, sempre achei que uma hora na vida as pessoas começariam a escrever, para mim foi cedo, para uns é tarde, mas nunca considerei que um dia as pessoas parem. Primeiro temos um motivo que precisa ser escrito, depois escrevemos procurando motivos, apenas pelo escrever.
Retomar velhos hábitos, como escrever talvez não resolva mistérios da vida como "Como cheguei aqui onde estou", talvez não ate ate as duas pontas da vida, como disse Machado de Assis, mas é um ótimo jeito de conversar consigo mesmo.
Eu escrevo por que escrevendo não sou muita coisa, sem escrever sou menos. E você?

P.S.: Sou futuro-jornalista, já tomei nota do que falou. Vamos ver o que eu posso fazer daqui a 4 anos...

Marko disse...

Não tenho palavras melhores então roubo as suas: escrevendo sou quase nada, sem escrever sou menos ainda... Muito legal seu comentário!
PS: A sua futura profissão está precisando de gente de talento mesmo! Boa sorte no vestibular...

Anônimo disse...

Instabilidade é a chave da questão. Desde que entrei nessa, lá pelos idos de 2005 que tudo no meu corpo virou de cabeça para baixo. Nada de hora de almoço, janta, dormir, acordar. O resto, vai a reboque (ou nas bordas). Por mais que eu tente me estabilizar, não passa de poucas semanas. Logo volto à montanha-russa de novo. Felizmente, sei que o fundo do poço já não passa de uma amarga lembrança e já estou quase de volta ao ritmo (e à força de vontade, principalmente) de antes. Essa semana é mais uma tentativa de estabilização nos horários. Vamos ver no que dá.

Ah, matei outro blog. Sabe como é, o cadáver no meio da sala e eu ainda me preocupo com a cor do sofá.

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