Especulações livres

15 de jul. de 2009

Homenagem tardia

Eu sempre gostei da música dele, do jeito que ele cantava, nem tanto da suas coreografias. Depois de adulto, sempre admirei o seu talento inesgotável e a beleza da sua interpretação. Mesmo antes dele morrer, ficava um pouco triste ao ver vídeos seus cantando quando criança: me parecia uma violência fazer uma criança cantar daquela forma, com aquela energia, uma situação que é estressante até para um adulto. A forma pela qual ele aparentava se entregar à performance era linda, mas amedrontadora. Ficava imaginando que sugaram dele a energia vital muito cedo, pois parecia ser tão abundante... no final da sua vida, já era uma carcassa vazia, mesmo para quem não sabia (como quase ninguém sabia) que era viciado em drogas e tão cheio de sofrimento. Não fiquei chocado com a morte de Senna, muito menos dos Mamonas Assassinas. Não chorei por Renato Russo, Cazuza nem Cássia Eller. Nada contra essas pessoas, só não me tocavam. Fiquei chocado com a sua morte sim, pois gostava muito de muitas das suas músicas (não todas). Mas fiquei ainda mais assombrado com a sua força, o tamanho do seu sucesso. A sucessão de homenagens é inspiradora. Revela uma força que nem mesmo ele, imagino, podia pensar que tivesse. Do seu sofrimento, conseguia tirar forças para cantar e dançar. E tantas pessoas, como numa religião maluca, o seguiam mundo afora. Lotou 50 shows em poucas horas... Após a sua morte, e talvez ainda hoje, lidera as paradas de forma avassaladora. O seu tamanho amedronta, mas o que mais queria guardar são aqueles momentos que me tocaram especialmente, aquelas músicas que vou cantar para mim, para sempre.

Jackson Five; Blame it on the Boogie:


Com Diana Ross; Ease on Down the Road:

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