Especulações livres

20 de jul. de 2006


Australopiteco, Neandertal ou Homo Sapiens, acho que todo relacionamento tem suas repetições... Ao mesmo tempo é uma necessidade da natureza (como comer, respirar, beber água), e uma tarefa quase impossível. Como se fosse algo tão difícil a ponto de ser anti-natural. Ainda mais hoje em dia: é tão mais fácil ficar na internet ou alugar um pornô! Ultimamente ando pensando no quão difícil são as coisas simples, como respeitar e confiar no outro... Por que estamos juntos afinal? Parece também que, de tanto pensarmos sobre essas coisas, acabamos matando a espontaneidade e naturalidade de todo processo (acabo sempre propondo uma análise... vícios de linguagem). Se é tão gostoso e "natural", por que não acontece mais vezes? Seria a tal parede que a gente constrói ao nosso redor? É tão difícil assim confiar no outro, a ponto de deixá-lo fazer parte da sua vida? É um processo ou acontece naturalmente, de uma vez só? Será que, depois de anos sozinho, a gente perde a capacidade pra isso? Será que é como andar de bicicleta, no final das contas a gente sempre acaba se lembrando novamente? Essa dinâmica fudida de abrir-se e fechar-se para as pessoas acaba comigo um dia... As pessoas tentam se aproximar quando eu não estou em condições, e daí quando eu estou, elas já desistiram..! Será que a gente vai ficando tão arisco com o tempo que abre mão de se envolver por medo de sofrer? E pessoas que já eram ariscas, ficam impossíveis então!? Será que pensar é sempre o problema da coisa, e o melhor seria "deixar rolar"? Será que a solução é simplesmente fazer que nem todo mundo faz hoje em dia: toma um anciolítico, vai para a academia e toma cerveja conversando sobre o último capítulo da novela? Ou simplesmente faz análise e paga para alguém escutar essas merdas que, pro público em geral, são apenas baboseiras de uma mente atormentada, difícil demais pra valer a pena qualquer tipo de envolvimento? Daí fica tudo lá no consultório; e eu posso continuar saindo na noite e socializar, parecendo o cara mais normal do mundo, feliz e integrado... Ignorando os conflitos de cada dia. Sei lá eu!

12 comentários:

Anônimo disse...

Esse lance de confiar é complicado, cara! Eu sempre costumo dizer que confio desconfiando, mas não é verdade, ou você confia na pessoa, ou não. Existem coisas que meio termo não disfarçam. Confiar é dífil ainda mais quando confiamos em alguém e somos derrubados, daí é foda. Ninguém tá sempre disposto a cair e ralar os joelhos. Obrigado pela visita. Bjos, se cuida.

Anônimo disse...

Olha... eu acho que se for pra pagar o analista só pra ouvir e não obter daí uma maior compreensão dos processos... é melhor dar esse dinheiro pra mim que eu gasto legal!!!
Ou seja: a terapia tem que ajudar vc a resolver as questões... não vai te ensinar nada, vai arrancar daí de dentro mesmo as respostas!!!

Anônimo disse...

Olá, Komentarista!! que tem feito? voltou a escrever hen, também estou escrevendo pouco lá no meu blogue. Que tem feito de bom? quando vier a SP dê um toque. Abraço.

Anônimo disse...

Não é questão de terapia, é a questão de se abrir. Ontem escrevi um texto (medíocre demais) falando sobre o mesmo assunto, se todos fossem honestos falariam esta mesma coisa e se entenderiam muito melhor, mas o nosso muro, eterno The Wall, parece que dominou todos...

Râzi disse...

Hum... complicado isso, hein!
Realmente é mais difícil pra um que pra outros...
Eu sempre fui fácil de me abrir pra um relacionamento, mas ao mesmo tempo eu mantenho uma reserva de mim mesmo... bem pequena... o suficiente para que eu possa me recuperar de um pé na bunda com mais facilidade e não atrapalhe no dia-a-dia!
Eu vivo o relacionamento, mas estou vivo! Ou seja, sou fiel e tudo o mais, mas não durmo no ponto! Ao primeiro sinal de desinteresse da outra parte, já começo a arrumar a minha casa mental! Quando o pé vem, dói... mas nem tanto...
Beijão!

S. Nakamoto disse...

Acho que o problema sempre começa e acaba na gente mesmo: basta não idealizar, nem, - como bem me lembraram outro dia - não esperar dos outros o que eles nunca terão para nos dar.

Héber Sales disse...
Este comentário foi removido por um administrador do blog.
Héber Sales disse...

Dia desses, uma amiga me contou: "eu nem a conhecia direito e ela ali, vomitando suas mágoas do marido e dos filhos, que eles nunca saberão".

É tão fácil se abrir com estranhos, não é? Eles não irão nos lembrar de nossas promessas vãs, nem irão apontar nossa culpa no cartório, nem cobrarão mudanças de atitude. O silêncio deles não nos amedrontará, seu não será insuficiente sustentar sede de vingança, o mal do amor, e poderemos acusá-los de tudo sem quase nenhum remorso, fantasiando toda auto-suficiência do mundo.

Mas na intimidade do romance antigo, choraremos nosso ressentimento, porque ninguém nunca será o tudo a quem queremos nos entregar.

Anônimo disse...

Desistir antes mesmo de começar?
Coisas simples em um tempo do caos vicioso. Difícil não pensar sobre tudo, achei ótimo seu texto. Beijo.

Anônimo disse...

www.leiluka.fotoblog.uol.com.br
Aparece! bj

Anônimo disse...

Eu vejo duas coisas: as pessoas estão cada vez mais "exigentes" e cada vez menos "empreendedoras".Ou seja, acham que sabem exatamente o que querem (de/em alguém) mas também acham que isso vai cair de pára-quedas, pois se não cair, não serve, ninguém vai ficar plantando, nem investindo, muito menos vivendo uma relação no que ela tem de melhor em sua essência: ela própria. Já querem os ´lucros´ de um relacionamento, que hoje se traduz em só ter momentos maravilhosos com alguém maravilhoso. Como eu lido com isso? Acho que prefiro (tentar) ser alguém que tão-somente busca prazer sem abrir mão da trabalheira (prazerosa ou não) que isso requer, e sem esquecer que não existe regra pra estar feliz, tampouco pra estar com alguém. {tommie}

Ale Lima disse...

Com certeza preciso de um analista para ouvir , não sei como ainda não procurei isso. O foda é que tem tanta gente ao meu lado,mas poucas são boas ouvintes , sinto-me um ET falando das minhas neuras parece que todos estão me analisando e criticando...e eu fico assim , contando histórias sexuais , rindo dos problemas , como se fosse natural e muito feliz..E ai , eu descubro como vc, que pedi o tato de me abrir para os outros , de jogar conversa , de me envolver....

Total de visualizações de página