Especulações livres

17 de jan. de 2011

Fim de noite (mini-conto)

Fuçando nos arquivos do blog, achei o conto incompleto "Fim de noite", que publico abaixo tal como o encontrei. Já não me lembro mais para onde essa história estava indo, mas certamente não era nada de muito emocionante. A premisa é simplista, o personagem óbvio, a situação é banal. Não tem nenhum valor literário que eu possa imaginar agora, às 3 da matina. Ainda assim, como percebi que em 2010 só postei 2 vezes no blog, queria tirar esse conto da gaveta. Afinal, melhor colocar ele no mundo, nem que seja para apanhar ou morrer cedo, do que deixar mumificado na gaveta!


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Mais um fim de noite. Daqueles que já estavam ficando rotina. Sem aguentar beber como antes, eu vagava de uma festa a uma boite, de um bar a outra boite, paquerando sem muita esperança, tentando em vão manter alguma fração de dignidade, ainda que trabalhasse incessantemente para degradá-la.
Abre parênteses: Não, não sou moralista. Não acredito em celibato, muito menos em parar de beber por completo. O prazer não é errado em si; aqueles que o tratam como pecado, certamente precisam de mais ajuda do que aqueles que o praticam em excesso. Essa tem sido a minha experiência. Meus namoros com o celibato são, no entanto, bem concretos, mas completamente derivados de contingências. Ou seja, secas acontecem, e não temos nenhum controle sobre elas. Fecha parênteses.
Mas voltando ao tema da dignidade: enquanto bebia sem querer estar bebendo, perdia neurônios e discernimento, premisa básica para aquilo que sempre chamei "fazer merda": beijar quem não queria beijar, transar com quem nunca transaria de outra forma, perder horas e horas na caça.
A caça em si é emocionante. A eterna possibilidade, a expectativa de conhecer alguém fantástico (o que pode acontecer), ou mesmo aquela vontade de simplesmente conhecer alguém para trocar fluídos por uns momentos (o que muito provavelmente é o que acontecerá). E foi exatamente o que aconteceu ali, naquela noite, naquela mesma boite em que, em

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[o conto parou aí, de repente mesmo. O que aconteceu? Com quem esse personagem acabou ficando, se é que ficou? Que besteiras ele acabou fazendo? E por que ficar pregando que o prazer não é errado, se o conto inteiro é um poço de culpa e remorso? Coisas a se pensar...]

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