Especulações livres

29 de jan. de 2007

Jazz!

Hoje eu so queria postar essa musica, que achei por acaso no Youtube. Eu sempre me coloco para as pessoas como alguem que nao curte musica nem poesia. Alguem que prefere o silencio ao barulho, a solidao a companhia dos outros. Nada mais longe da verdade. Na verdade e mais facil defender-se dos outros atacando. No processo, perdem-se oportunidades e pontos de conexao, perdem-se pontes e muros se fortificam, ainda que totalmente imaginarios. Mas voltando ao Jazz: eu diria que, na minha concepcao de civilizacao, o Jazz figura como musica classica, por conta da sua origem e da sua sonoridade, de tudo que evoca em termos sociais e historicos, e das possibilidades que abre ao aleatorio ordenado. Numa civilizacao americana, da qual o Brasil ainda resiste em fazer parte, preso que esta ao escravismo e ao imperio, o Jazz figura como estetica e como etica, um tipo de beleza que aceita desconstrucoes sucessivas, somente para se fortalecer nesse mesmo processo. Aceitar o caos como parte integrante do ser. Claro, digo isso sem conhecer nada de Jazz, apenas de ouvir falar. Mas se eu fosse pintar um quadro do que seria essa civilizacao, que necessariamente nasce na America (pensada aqui no sentido amplo, e nao restrita ao Norte), eu certamente estaria escutando algum som parecido com esse. Na America por que somos bastardos de um estupro, um povo estuprando o outro, nao temos origem, somos aquilo que foi regurgitado do festim canibal promovido pelos europeus. Pois e, os pobres Tupis mal tiveram tempo de correr pro meio do mato, antes de serem devorados. Mas pelo menos eles, e todos que vieram aqui, deixaram sementes. Sementes que viajam com o vento e atravessam fronteiras, acabam dando frutos os mais bizarros. Talvez um dia eu consiga escrever exatamente o que eu quero dizer, unindo samba, funk e jazz, entre outras coisas, como aquela pintora mexicana, os muralistas daquele pais, e claro os manifestos modernistas brasileiros.
Ou talvez eu esteja apenas divagando ao som do Jazz, escrevendo o que vem a mente enquanto o meu Youtube fica ligado. Ta, talvez eu esteja e com saudades de ir no Sarayevo, beber, sonhar com quebras de fronteiras e com amorosas impossibilidades, e depois de totalmente inebriado tentar me perder de vez no resto de noite que resta na cidade.

2 comentários:

Rodrigo disse...

eu tentei tanto gostar de jazz... eu não consegui. ah, fui ver Apocalypto por SUA causa. AMEI! Nem parece um filme do Mel Gibson. Melhor: consegui ver as metáforas. parece que estou ficando bom no assunto, hehe.

Marko disse...

Esse negocio de Jazz e um projeto pro futuro, pra quando eu estiver aposentado, ou quando estiver namorando serio... Nao sei quase nada, so admiro a distancia.

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